Reflexos do modo de espera

Sempre fui uma pessoa muito impaciente. Não gosto de esperar mais do que o previsto e isso me causa irritação. Quando estou incomodada com alguma coisa, algum serviço demorado ou mal-prestado vou lá e reclamo (educadamente, diga-se de passagem) e quase nunca deixo passar. Eu sou exigente mesmo e chata, mas me considero justa, ou seja, só vou atrás do que me foi prometido, não gosto de ser enrolada ou passada pra trás.

Ao contrário de todo esse meu "jeito de ser" venho sendo uma pessoa diferente para esse processo de imigração. Uma pessoa paciente. Apenas e exclusivamente porque não existe qualquer outra alternativa. Vou me desgastar com o Consulado? Vou mandar um e-mail desaforado dizendo que já deveria ter o visto desde julho? Não... não posso fazer nada com quem está decidindo o nosso futuro.

Colocar a vida (ou uma boa parte dela) em modo de espera vem causando alguns reflexos indesejados para mim... Todo mundo que se dispõe a entrar nessa empreitada sabe que precisa ter paciência e aguardar as notícias, mas ser paciente não significa ficar menos ansioso. E a ansiedade corrói aos pouquinhos a nossa saúde... Saber disso já é alguma coisa, já é o aviso de que é preciso amenizá-la.

Conscientemente eu acho que tenho me controlado, mas o meu corpo sempre me lembra que não. Leves dores de cabeça ao final do dia, desânimo total em alguns dias, doencinhas aqui e acolá (gastrites e gripes, por exemplo) e dores constantes nas costas e no pescoço são coisas que já consegui identificar - só espero que não passe muito disso aí...

Ah! E o pior reflexo: novos cabelos brancos pra coleção... aí é cruel, né? Mas a providência pra esse probleminha já está sendo tomada: sábado estarei no salão para me tratar! ;)

Mariana